segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

REAÇÃO QUÍMICA


Essa história aconteceu de verdade com um professor de química da UFFS.
Em uma bela tarde, sem nuvens e com um sol muito quente, o professor de química foi à universidade, como todos os dias. Chegando ao bloco dos professores, entrou em sua sala e ficou checando seus e-mails, preparando a aula que iria ministrar naquele dia e de repente lembrou que precisava, com urgência, conferir alguns materiais na Central de Reagentes. Então levantou de sua cadeira, trancou sua sala e foi caminhando apressadamente até a Central, que ficava atrás do Laboratório 3.
Enquanto caminhava, um aluno o chamou. Não sabia se continuava a andar ou se parava para ver o que esse aluno queria. Pensou consigo mesmo que odiava ser interrompido, mas que também não deveria criar atritos desnecessários, então virou-se para o aluno e, com um meio sorriso, perguntou o que houve. Era somente uma dúvida de cálculos químicos e tentou resolver rapidamente, pois não queria perder tempo.
Depois de tirar a dúvida, continuou seu caminho. Quando passava em frente ao Laboratório 2, um laboratorista que estava parando na porta acenou e resolveu, também, interromper o professor. Com um sorriso estampado no rosto e tentando esconder a impaciência, perguntou como estavam as coisas, mesmo sem ter qualquer interesse na resposta. Mas o laboratorista pediu que o professor o acompanhasse até o laboratório 206, para verificar uma questão, “bem rapidinho”. Quarenta minutos depois, já correndo e sequer olhando para os lados, conseguiu chegar até a Central de Reagentes.
Destrancou a porta e imediatamente fechou, pois não queria ser novamente interrompido. Quando olhou para a sala, deparou-se com algo muito estranho. No chão, a pouco mais de dois metros da porta, estava algo vermelho, com uma aparência viscosa e parecendo pulsar. Aquilo tinha o tamanho de um gato pequeno, mas o formato de uma ameba semi-transparente, tinha a cor vermelho vivo, como se colocasse uma bolsa de sangue contra a luz, deixando-se perceber pequenas organelas cinzas que se mexiam no seu interior.
O professor esqueceu subitamente a pressa que tinha e ficou admirando aquela coisa que, sem qualquer explicação, tinha aparecido ali. Agachou-se e, contrariando todas as normas de segurança, aproximou sua mão. O contato foi frio, mas não desconfortável, como se fosse uma bexiga d’água. Ele deu um suave sorriso e começou a se levantar. O estranho objeto, fazendo um barulho de sucção, manteve sua mão presa.
Esforçando-se e fazendo força, tentava se desvencilhar daquela gosma que agora tomava conta de todo o seu braço esquerdo. Gritando e com os olhos arregalados, começa a ver que seu outro braço também começou a ficar vermelho, com pequenas manchas cinzas que iam se formando. Uma sensação de formigamento espalhou-se por todo o seu corpo. E o professor engasgou um último grito, sentindo-se afogar em um mar de água viscosa, e tudo tornou-se silêncio.
Aos poucos, a forma do corpo do professor foi diminuindo e se incorporando àquela coisa que permaneceu presa ao chão, no mesmo lugar, novamente pulsando.
Chegando a noite, o docente não apareceu na sala de aula e os alunos acharam estranho, pois não tinham recebido qualquer aviso de que não teriam aula naquele dia. Resolveram conversar com o Coordenador do Curso, mas ele também não sabia de nada. Ligaram para o telefone do professor, mas não houve resposta. Foram à sua sala e estava trancada, sem nenhum aviso. Tentaram ligar para sua esposa e ela disse que não o via desde manhã e o Coordenador achou aquilo muito estranho. Liberou todos os alunos e resolveu esperar o dia seguinte para tentar saber o que aconteceu.
No outro dia, o Coordenador foi à universidade logo cedo e tentou novamente entrar em contato com o professor. Sem sucesso. Então foi conversar com alguns técnicos para saber se tinham visto o professor no dia anterior. Chegando ao Laboratório 2, encontrou o laboratorista que conversara com o docente no dia anterior, e ele disse que o professor tinha ido à Central de Reagentes e não soube mais. Na mesma hora, o Coordenador agradeceu e foi correndo falar com um dos vigilantes para pegar a chave.
Quando estavam chegando, uma moça da limpeza saía da Central, trancando a porta. O Coordenador pergunta se tinha visto o professor lá dentro e a moça responde que não. A única coisa que tinha lá dentro era uma gosma malcheirosa, mas ela já tinha resolvido. Jogou água sanitária em cima e passou um pano.

Essa história aconteceu de verdade com um professor de química da UFFS.

Seu desaparecimento continua sendo um mistério até hoje. Com relação a isso, recomenda-se que todos sigam as normas de segurança dos laboratórios e sempre andem com um pouco de água sanitária... por garantia.

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